Liberta Quae Sera Tamen

Impossível escapar ao tema dos protestos em São Paulo. Gostaria de escrever sobre algo mais leve, trivial, porém, a incontinência midiática (e nisso incluo as redes sociais, além da TV) impede que qualquer outro tema surja na minha cabeça para estrear o blog. Vá lá…

Liberdade:s.f. “Faculdade de fazer ou de não fazer qualquer coisa, de escolher. Liberdade significa o direito de ir e vir, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de idéias liberais e dos direitos de cada cidadão”.

Entre todas as informações (oficiais e oficiosas), opiniões, pitacos e abordagens (“críticas” e críticas), sobre o conflito que se instaurou na capital paulista, essa palavrinha pela qual eu tenho tanto apreço foi figurinha repetida: a Liberdade. E, o engraçado é que eu vi pouca gente reconhecendo o significado dela, daí, resolvi fazer uma pesquisa besta no Google e achei duas respostas que julguei corretas e complementares, fundi as paradas e montei aquilo ali em cima. Liberdade individual, além de ser poder fazer o que bem entender quando bem entender, significa responsabilidade para com a Liberdade de outrem.

E foi justamente nisso que a galera da fuzaca de ontem (12/06) na Paulista pecou. O protesto, se rolasse pacificamente, e sem depredação do patrimônio alheio, seria lindo. Agora, pichar muro de casa de gente que não deve nem ser parente de dono de empresa de ônibus (e mesmo que fosse a casa do dono, não seria um ato justificável), jogar pedra em vidraça de lojas diversas e perturbar a segurança de um pessoal que nem tem nada a ver com a gota d’água do aumento das passagens, é uma violação flagrante da liberdade de quem não estava participando do protesto. E reclamar da intervenção policial é reclamar da polícia estar fazendo o que é função dela: garantir a ordem pública. Minimizar os transtornos causados pela passeata, garantir a integridade patrimonial de todos e tentar evitar que as coisas saiam do controle, e, caso saiam, se utilizar da força para garantir que elas voltem à normalidade. Ela é o braço coercitivo do Estado, portanto, taí pra dar porrada se precisar.

Não sei quem começou os confrontos, acho que vídeos de poucos segundos, e foto de gente machucada depois do confronto, não são suficientes para demonstrar que um lado está certo e que o outro é quem começou. Não me deixo levar pelos posts e opiniões da galera que tem se mostrado irredutivelmente favorável aos manifestantes (mesmo porque, tendenciosismo é pouco pra esse pessoal) e não costumo simpatizar com gente que ataca a propriedade, pública ou privada, sob a bandeira da liberdade de manifestação. Não existe direito superior à direito, e se eu me declarar simpático a esse tipo de coisa, não poderei reclamar caso ocorra algo a um patrimônio meu ou da minha família, em situação similar no futuro.

Por fim, não vivo no mundo de conto de fadas que a maioria parece viver. Até anteontem, a juventude universitária, em sua maioria, era antipática à PM, e, pelo que eu já convivi com essa galera, um: “Pare de jogar pedras na vidraça, por favor”, seria tratado com desprezo e escárnio. Até anteontem, a PM tinha a autonomia de descer o braço, se necessário, pra controlar situações de vandalismo fora de controle. Não precisa ser nenhum gênio pra chegar no resultado da equação. Quer protestar, protesta galera, mas segura a onda. Se quiser fazer quebradeira, beleza, mas encara as consequências com dignidade depois. Fazer de desentendido, chamar a polícia de brutal, dizer que não esperava por essa reação é de uma ingenuidade triste. É tipo, querem ver deus, mas não querem morrer. Encarem os meios para chegarem aos seus fins.

Ps 1 – Simpatizo com a teoria contratualista de Rousseau: não existe liberdade plena, irrestrita e irresponsável na vida em sociedade. Tenha isso em mente caso queira comentar.

Ps 2 – Outro erro conceitual comum: o Haddad não tem controle sobre a PM, a ação é de total responsabilidade do governo do estado. Até eu caí nessa de falar bobagem por isso.

Ps 3 – Tirei os significados de Liberdade daqui:

http://www.significados.com.br/liberdade/ ;

e daqui:

http://www.dicio.com.br/liberdade/

É nóis galera, até a próxima.

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Isegoria. s.f. (do grego isegoría, de isos, “igual”, e agoreúo, “falar em público, em assembleia”): 1. Princípio da democracia antiga ateniense que garantia liberdade e igualdade de fala em assembleia para todos os cidadãos; 2. Como a isonomia (igualdade dos cidadãos diante da lei), um dos nomes pelos quais era chamada, metonimicamente, a própria democracia; 3. Com a isocracia (igualdade entre os cidadãos de acesso ao poder), um dos mecanismos que garantiam e legitimavam o caráter participativo do sistema democrático; 4. Garantia de exposição pública do pensamento político de cada grupo ou indivíduo.