Como está difícil viver sem boas doses de nervosismo por coisas simples, não é mesmo? Esquecimento de chave, trânsito, compromissos…Acho que eu escuto isso desde pequeno.
Qual a novidade desse texto então? Tem que ter algo novo porque até falar do mesmo assunto já está chato. É um assunto meio vala, ficamos presos a só reclamar e não fazer, ver a situação piorar e…nada.
Vida moderna, muita pressão, muita cobrança, muita expectativa, muitos processos industriais nada naturais ao ser que habita esse planeta. Como resultado disso tudo: doenças, manias, transtorno, vou citar alguns: bruxismo, gastrite, transtorno obsessivo compulsivo, depressão, vícios em má alimentação (tanto a excessiva como a não tão excessiva mas mal feita). É muita coisa. Um aspecto que é pior ainda que o diagnóstico é a apontada solução, uns métodos que inventam a roda, coisa maluca, muitas vezes apelando para um cientificismo salvador ou indo até os limites decentes da espiritualidade.
Eu acredito que as soluções são aceitas, por mais absurdas que sejam, porque elas prometem muito e são muito automáticas, imediatas, como tudo hoje em dia, tem que ser na hora, para ontem, para já, e quero todos os meus problemas resolvidos. Eu que escrevo esse texto já caí nessa mil vezes, tentando levar uma vida que evitasse grandes esforços ou constrangimentos. E, por não fazer uma análise séria da vida, acabou pagando um preço muito maior se não tivesse sido tão medroso ao enfrentar o fato de que a vida não segue as minhas regras, e sim suas próprias regras.
O que eu recomendo para que levemos uma vida mais leve, sem tantos transtornos e dificuldades é o árduo e compromissado exame do que é a experiência de se viver. Rever prioridades, MESMO! Rever determinados rituais cotidianos que fazemos no automático sem nenhuma crítica. Afinal, mesmo que não tenham nos contado, ou não nos demos conta, as nossas escolhas são nossas. Então, sugiro, sair um pouco da automação e ir para determinado exame. Por exemplo, determinados alimentos industriais nos fazem muito mal, ter uma autonomia gastronômica é uma coisa sem preço, pois você vai ter o controle do que entra no seu organismo. A ansiedade do mundo workaholic é uma bela bosta, sinceramente, trabalhar duro e ter orgulho das suas conquistas é uma coisa, achar bonito morrer de tanto trabalhar é outra. Tem coisas que não valem a pena, não mesmo. Exemplo: morar muito longe do trabalho e perder 4 horas por dia no trânsito.
Meus caros não gostaria de me estender muito, então:
Revejam suas prioridades;

Valorizem sua saúde e as pequenas coisas que roubam nossa paz: “onde está minha chave?” “já paguei tal conta?”, “já mandei tal email”.
Coma bem e por sua conta, faça seu suco, saiba trabalhar aquilo que você vai comer.
Saiba fazer serviços pequenos e que te dão autonomia: saber se o carro tá funcionando ok, entenda de encanamento e elétrica, para ter aquela critica e segurança quando precisar de qualquer serviço.

Valorize muito seus amigos do peito, o significado da vida é a gente que cria e dá.

Cuidado com metas alheias introjetadas ao longo da sua vida pelos outros, se critique: a quem você está agradando?
Medite e se autoconheça, numa sociedade onde o fim é produzir, se perder de si mesmo é muito fácil.
Medite ainda mais para controlar a ansiedade e os pequenos contratempos que vão tirando a nossa energia.

Dê mais atenção as coisas que te satisfazem mas que não são muito usuais, nós temos muita vergonha de fazer coisas diferentes com medo de sermos julgados e etc. Lembrem-se do que Heidegger nos disse sobre a morte: ela é intransferível, então, a vida também deve ser, viva a sua vida com mais autenticidade. Se ponha mesmo em primeiro lugar, e isso não é egoísmo, de jeito nenhum, é só deixar que a sua experiência de vida seja sua, e não do outro. Pois no final, muitos outros estão cagando e andando para você.

Não esqueça de viver. A principio, não sabemos o que vem depois!

Por Raiam Maia

Protesto


Placar informal e oficioso das manifestações:

Melhorias efetivas e duradouras: 0
Nível qualitativo das exigências: 0
Mortes: 1
Escolas incendiadas: 1

Nível Político atual dos manifestantes: Punheta

 

Não precisava ser gênio pra enxergar qual seria o resultado da falta de um comando central e de uma bandeira plural que unificasse a voz dos manifestantes. Várias pessoas (eu, inclusive), avisamos sobre a falta de profundidade das manifestações, sobre o perigo de não se organizar o movimento e sobre a inutilidade de se manifestar por causa de “tudo”, ou contra coisas abstratas.

Confesso que to perdido no meio do que aconteceu hoje. Faço minhas as palavras de um amigo, durante um desabafo sobre o ocorrido: “Nossa cara, sei lá, vamo estudar isso tudo que rolou e haja criticas […]. Serve de critica pra atuação dos partidos, que ficam alijados das ruas e aí deu nisso”. Ele milita pelo PSOL, e faz parte de um núcleo do partido aqui em BH (sim, eu sou de direita, e sim, conseguimos ser amigos normalmente).

E é justamente dentro do contexto partidário que acredito estar a única lição que preste de uma agitação enorme que se perdeu. O Brasil tem dezenas (talvez centenas, talvez milhares) de partidos, e a população, de maneira geral, não se identifica com nenhum deles. Na verdade, ouso dizer que ela despreza todos eles. Seja pela falta de identificação ideológica, seja pela falta de caráter dos expoentes de determinadas siglas. É uma situação muito perigosa. No formato atual de democracia, as siglas são de extrema importância para o debate e para o processo democrático. Ver essas reações violentas contra todos os partidos, e em especial contra os movimentos de esquerda,  me preocupa muito. Discordo ideologicamente deles, mas enxergo a importância da esquerda para a produção do debate político, e para a construção de um ambiente plural, onde as ideias dialoguem até se chegar ao ponto de equilíbrio. Sou tão contrário ao facismo quanto qualquer esquerdista é. Sou democrata, sou a favor do debate, e, acima de tudo, das liberdades individuais.

Eu avisei que a falta de pauta seria perniciosa. Avisei que a falta de um ordenamento abriria espaço pro oportunismo e pra anarquia. O que vemos agora é uma multidão acéfala. Um bando que não sabe o que quer, nem pra quem pedir, já que os movimentos que originaram toda essa onda se retiraram de campo. O meu medo agora é o tipo de ideia que vai pastorear esse rebanho humano, e pra atender a quais interesses ele será pastoreado. Queima de bandeiras de partidos, espancamento de militantes… desde os idos de 64 eu não ouvia falar disso no Brasil.

Ps – Repúdio total a imbecilidade que reinou hoje.

Ps 2 – Voltem pra casa, não vai sair nada que preste disso daí.

Se gostou da ideia, não seja tímido. Compartilhe com os amigos. 😉

Protesto

Curiosa a relação que o Estado tem com os cidadãos aqui no Brasil. Lembro de um francês que escreveu sobre algumas curiosidades à nosso respeito uns tempos atrás, e em algum momento ele falava sobre o caráter multifacetado do nosso Estado. Beira o socialismo prum lado, beira o liberalismo por outro. Porém, independentemente de qual lado do Estado você se encontra (sendo auxiliado pelas políticas assistencialistas, ou sendo beneficiado pela pouca regulação em alguns setores), é certo o sentimento de frustração que a gente compartilha. É uma relação quase freudiana, eu diria. E talvez seja esse o caminho pra explicar o que uma parcela significativa do Brasil quer, com essas manifestações.

São inúmeras as pautas e reivindicações apresentadas pelos manifestantes, e essa falta de clareza e objetividade é extremamente perniciosa ao movimento. É clara, também, a falta de comando e organização. E é justamente na falta desses alicerces que nascem os espaços para o vandalismo, pros saqueadores e pros demais oportunistas de plantão. Li várias opiniões de várias pessoas que se propuseram a pensar o movimento, e dentro dessas opiniões era recorrente a tentativa de se encontrar um certo ordenamento, uma coerência, um objetivo em comum para que toda essa energia despendida nesses dias não seja simplesmente jogada fora, por pura falta de foco sobre o que cobrar.

Eu tenho sido crítico feroz dessa situação. Não do movimento em si, mas da falta de profundidade dos manifestantes com quem tive contato. A falta de clareza sobre os motivos da luta por parte da galera dos protestos é medonha. A reposta geral pra essa pergunta varia pouco entre uma gagueira de dar medo, uma resposta generalizadora tipo “tudo” e alguns temas abstratos como “corrupção” ou “igualdade”. Isso deslegitima qualquer manifestação. É entendível a revolta, a frustração, a rebeldia, mas, protestar por protestar, vandalizar por vandalizar… não dá pra ser levado a sério desse jeito.

Pensando no caráter multilateral do protesto, fica complicado defender uma linha ideológica como bandeira geral. Tão complicado quanto defender temas específicos, como a aprovação ou arquivamento de determinadas PEC’s. Defender tudo de uma vez só é impossível, e compilar várias bandeiras num mesmo movimento, conforme dito anteriormente, deslegitima a reivindicação.

Dessa forma, me ocorreu uma bandeira que, de certa maneira, atende a todos os interessados, e que, provavelmente, resultaria em uma melhora qualitativa das nossas casas legislativas: O voto facultativo. Atualmente, o voto no Brasil é obrigatório, ou seja, todos tem a obrigação de comparecer às urnas durante as eleições, esteja este cidadão interessado e preparado suficientemente para votar, ou não. Em um sistema eleitoral onde o direito de votar é facultado ao cidadão, vota quem quiser. E, no geral, vota quem se interessa e se sente preparado para exercer essa escolha que repercute de maneira tão direta na vida de todos, durante os anos que se seguem à eleição. Talvez, se tivéssemos parado para pensar de maneira mais crítica nas últimas eleições, não estaríamos precisando nos manifestar de maneira tão intensa agora. Vocês deveriam pensar nisso também. 

Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade, tampouco acho que essa é a única pauta válida. Porém, dentro da conjuntura atual, e visto toda a atenção que as manifestações ganharam e toda a disposição demonstrada por todos em ir reivindicar alguma coisa, acho que esse seria o primeiro passo rumo ao Brasil que todos queremos. Enquanto não se define um foco, eu continuo protestando pelo fim do escanteio curto.

Foto tirada durante a manifestação realizada hoje (15/06), em BH.

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Tem gosto pra tudo. Teve até quem batesse uma pra Regina Casé nas pornochanchadas da década de 70 (ou 80, sei lá). Tem gente que curte depredação, e tenta se convencer com sofismas de que, já que bandido explode caixa eletrônico, tacar pedra em vidraça de agência não tem nada a ver. Tem gente que prefere vaiar sonoramente a presidenta durante um discurso. Ouvi dizer que, como a frota de ônibus que atende ao transporte público não é nova, destruir os ônibus é justificável. Tenho pena dos paulistas/cariocas, donos de Brasílias e Corcéis, que cruzarem com esse tipo de gente. A frota de BH deve ser tilintando de nova, porque, no movimento de hoje, não se teve notícia de um vidro de coletivo sendo quebrado.

Li por aí que a galera que foi pra rua se inspirou nos cariocas e paulistas. São eles que deviam se inspirar nos mineiros. 8 mil pessoas em passeata, nenhuma ocorrência, nenhuma cena lamentável de pancadaria, nenhuma ressalva a fazer. Nem sobre os manifestantes, nem sobre a polícia. Dizem que teve até quem andasse exibindo sua garrafa de vinagre por aqui sem ser incomodado. Os mais radicais, talvez, tenham ficado decepcionados. Passeata sem confronto com a PM não tem glamour, não tem aquela cara épica de que a história está sendo escrita, não tem aquele ar de rebeldia juvenil. Provavelmente é uma galera que se frustra por ter nascido 3 ou 4 décadas atrasado. A ditadura acabou.

Quem quer fazer a diferença, faz acompanhando o trabalho do parlamentar eleito pra representar tua vontade, cobrando o gestor eleito pra administrar os impostos que você paga. As ferramentas disponíveis pra fazer o camarada cumprir a função pública pra qual ele se candidatou tão aí, à disposição de todos. É só saber usar. Além disso, é possível nos fazermos ouvir sem recorrermos a violência. Teve país ficando independente sem ser necessário dar um tiro. Não adianta nada achar lindo tacar fogo em ônibus, se nem nunca olhou pro organograma da PBH pra saber quem é o gestor da sua regional. Não adianta nada implodir uma agência bancária e votar nulo na eleição (ou pior, nem lembrar em quem votou). O voto branco/nulo é a submissão da sua vontade à vontade dos outros. É se abster justamente na hora em que você deveria se expressar. E, quanto a mim… bom, quanto a mim, eu prefiro o Hulk no lugar do Lucas mesmo.

Ps – Essa policial militar no centro da foto é a Coronel Cláudia Araújo. Pra quem não sabe, ela é a chefe do Comando do Policiamento da Capital (além de ser aquela que foi chutada por um gringo no jogo Atlético x Arsenal).

Ps2 – Faço votos de que a galera daqui continue se manifestando conscientemente.

Ps3 – Importante lembrar que esse tipo de manifestação havia sido proibida durante a Copa das Confederações. Mesmo assim, o bom senso reinou na parada.

Impossível escapar ao tema dos protestos em São Paulo. Gostaria de escrever sobre algo mais leve, trivial, porém, a incontinência midiática (e nisso incluo as redes sociais, além da TV) impede que qualquer outro tema surja na minha cabeça para estrear o blog. Vá lá…

Liberdade:s.f. “Faculdade de fazer ou de não fazer qualquer coisa, de escolher. Liberdade significa o direito de ir e vir, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de idéias liberais e dos direitos de cada cidadão”.

Entre todas as informações (oficiais e oficiosas), opiniões, pitacos e abordagens (“críticas” e críticas), sobre o conflito que se instaurou na capital paulista, essa palavrinha pela qual eu tenho tanto apreço foi figurinha repetida: a Liberdade. E, o engraçado é que eu vi pouca gente reconhecendo o significado dela, daí, resolvi fazer uma pesquisa besta no Google e achei duas respostas que julguei corretas e complementares, fundi as paradas e montei aquilo ali em cima. Liberdade individual, além de ser poder fazer o que bem entender quando bem entender, significa responsabilidade para com a Liberdade de outrem.

E foi justamente nisso que a galera da fuzaca de ontem (12/06) na Paulista pecou. O protesto, se rolasse pacificamente, e sem depredação do patrimônio alheio, seria lindo. Agora, pichar muro de casa de gente que não deve nem ser parente de dono de empresa de ônibus (e mesmo que fosse a casa do dono, não seria um ato justificável), jogar pedra em vidraça de lojas diversas e perturbar a segurança de um pessoal que nem tem nada a ver com a gota d’água do aumento das passagens, é uma violação flagrante da liberdade de quem não estava participando do protesto. E reclamar da intervenção policial é reclamar da polícia estar fazendo o que é função dela: garantir a ordem pública. Minimizar os transtornos causados pela passeata, garantir a integridade patrimonial de todos e tentar evitar que as coisas saiam do controle, e, caso saiam, se utilizar da força para garantir que elas voltem à normalidade. Ela é o braço coercitivo do Estado, portanto, taí pra dar porrada se precisar.

Não sei quem começou os confrontos, acho que vídeos de poucos segundos, e foto de gente machucada depois do confronto, não são suficientes para demonstrar que um lado está certo e que o outro é quem começou. Não me deixo levar pelos posts e opiniões da galera que tem se mostrado irredutivelmente favorável aos manifestantes (mesmo porque, tendenciosismo é pouco pra esse pessoal) e não costumo simpatizar com gente que ataca a propriedade, pública ou privada, sob a bandeira da liberdade de manifestação. Não existe direito superior à direito, e se eu me declarar simpático a esse tipo de coisa, não poderei reclamar caso ocorra algo a um patrimônio meu ou da minha família, em situação similar no futuro.

Por fim, não vivo no mundo de conto de fadas que a maioria parece viver. Até anteontem, a juventude universitária, em sua maioria, era antipática à PM, e, pelo que eu já convivi com essa galera, um: “Pare de jogar pedras na vidraça, por favor”, seria tratado com desprezo e escárnio. Até anteontem, a PM tinha a autonomia de descer o braço, se necessário, pra controlar situações de vandalismo fora de controle. Não precisa ser nenhum gênio pra chegar no resultado da equação. Quer protestar, protesta galera, mas segura a onda. Se quiser fazer quebradeira, beleza, mas encara as consequências com dignidade depois. Fazer de desentendido, chamar a polícia de brutal, dizer que não esperava por essa reação é de uma ingenuidade triste. É tipo, querem ver deus, mas não querem morrer. Encarem os meios para chegarem aos seus fins.

Ps 1 – Simpatizo com a teoria contratualista de Rousseau: não existe liberdade plena, irrestrita e irresponsável na vida em sociedade. Tenha isso em mente caso queira comentar.

Ps 2 – Outro erro conceitual comum: o Haddad não tem controle sobre a PM, a ação é de total responsabilidade do governo do estado. Até eu caí nessa de falar bobagem por isso.

Ps 3 – Tirei os significados de Liberdade daqui:

http://www.significados.com.br/liberdade/ ;

e daqui:

http://www.dicio.com.br/liberdade/

É nóis galera, até a próxima.

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Isegoria. s.f. (do grego isegoría, de isos, “igual”, e agoreúo, “falar em público, em assembleia”): 1. Princípio da democracia antiga ateniense que garantia liberdade e igualdade de fala em assembleia para todos os cidadãos; 2. Como a isonomia (igualdade dos cidadãos diante da lei), um dos nomes pelos quais era chamada, metonimicamente, a própria democracia; 3. Com a isocracia (igualdade entre os cidadãos de acesso ao poder), um dos mecanismos que garantiam e legitimavam o caráter participativo do sistema democrático; 4. Garantia de exposição pública do pensamento político de cada grupo ou indivíduo.